LIBERDADE
A liberdade tem sido almejada por muitos e poucos a compreendem,
todos buscam a tal “liberta quae sera tamen” de qualquer forma, acreditando e
com razão, que uma vez liberto a felicidade é sequencial. O problema começa
quando buscamos a liberdade atabalhoadamente, de qualquer forma, confundindo as
liberdades ou ignorando-as pela sutilidade que muitas vezes as emolduram.
Cada canto do mundo interpreta a liberdade ao seu bel prazer.
Na França, com a Revolução Francesa Eugène Delacroix emoldurou a sugestiva e bela pintura “A Liberdade
Guiando o Povo” (em francês: La Liberté guidant le peuple) que o autor achou pertinente para traduzir o
momento histórico no seu pais. No Brasil entende-se como liberdade diferente da
liberdade entendida nos EEUU, que diverge da China, que é diversa da Itália e
assim por diante. Os Hebreus achavam que a bendita liberdade viria com a chegada
do Messias, enviado por Deus, em uma carruagem de fogo que os libertariam do jugo
Romano. Porque essa divergência tão grande sobre esse tema? Afinal, o que é ser
livre?
A Constituição Federal do Brasil, conhecida como
“Constituição Cidadã” deixa evidenciada no art. 5º, a preocupação que os
Constituintes tinham com a liberdade e a democracia no estado brasileiro. Instrui-nos
o inciso VI: É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias; no IV - é livre
a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; IX - é livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença. E por último e o mais importante no que toca ao físico, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal.
Observa-se, nesses incisos a tentativa de abranger todos os
tipos possíveis de liberdade. Inclusive a de consciência. Só que tem um
detalhe, as leis não têm o condão de efetivar e controlar atitudes. São apenas
normas que, mesmo apresentando nos tipos que as compõem as cominações penais
legais, não são suficientes para impedirem a infração. No que tange à matéria,
portanto, tudo é imprevisível, é inconstante e mutável. Permanecem inalteradas,
em assim sendo, as limitações econômicas, sociais, legais e psicológicas.
Há que se admitir a liberdade, no sentido restrito, ou seja,
da individualidade do ser que não apresenta controvérsia. Resta lembrar que o
direito de um termina quando começa o direito do outro, ou seja, a liberdade de
um é sempre limitada pelo direito do outro.
Em se tratando de um planeta onde tudo é relativo, inclusive
o livre arbítrio, há de se admitir que tenhamos também, relativamente cerceadas,
as vontades que adentram as vontades alheias.
Resta-nos o entendimento de que a liberdade real está no
âmago do ser. A Neofobia, o medo do novo, nos impede de avaliar novas ideias e
preferirmos nos manter arraigados ao campo sensorial mais básico prescindindo
da transcendência para ir além.
04/06/2013
Aveli Valdo Modesto
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